quarta-feira, 27 de abril de 2011

Amor de ontem, de hoje e de nunca mais.

Depois de alguns anos de vida namorante, descobri que, em grande parte das vezes, as coisas que você acha mais bonitinhas no começo de um namoro são justamente as que você mais vai odiar quando o fim estiver iminente. Eu namorei um cara que dava piscadinhas, a gente estava em um bar, cada um falando com um grupo de amigos, e ele dava aquela piscada marota como quem diz "How you doing?". Eu achava a coisa mais fofa do mundo. O tempo foi passando, a incompatibilidade aumentando, até que um dia eu me dei conta que eu odiava as piscadinhas que neste momento já eram distribuídas para coisas do tipo "passa a margarina" ou "o que vamos fazer no sábado?". A única motivação restante para cada encontro era imaginar poder furar os olhos dele com uma BIC a cada piscadela.

Minha amiga namorava um alemão. Ele tinha errinhos de português que ela achava a coisa mais querida: "amor, vamos jogar frigobar (tradução: frescobol) na praia?" ou "querida, o céu está tão baunilha (tradução: bonito) hoje. Se passaram alguns meses e eles terminaram. Perguntando o porque do abandono daquele belo exemplar loiro de 1,90m, ela responde: É impossível. Além da cerveja quente, ele achava que falava um português perfeito e não entendia que "belo bunda" não era elogio.

Meu amigo namorava uma guria que cantava bem, muito bem. Ele exibia a voz da garota para os amigos, pedia para ela cantar nas rodinhas de violão. Alguns anos depois, ele namorando outra pessoa, me confessa: bah, no final, eu odiava todas vezes que a guria cantava. Ela abria a boca e eu saia da sala... tinha vontade que o chão me engolisse.


Já as marias palhetas têm uma história em comum: o maldito violão. Você começa a namorar e ele toda hora toca uma música no violão, tão legal ter um namorado músico, imagina como vai ser ótimo nos churrascos com os seus amigos ou na praia. O que você não sabe naquele momento é está começando uma vida a três. Ele é tão "Artístico" que toca em todo lugar: no ônibus, na fila do banco, na farmácia, no banheiro, no aeroporto, quando você está falando sobre ele conseguir um trabalho, na aula que ele não vai, na frente dos seus pais, na noite romântica, no cinema, um verdadeiro inferno musical. Por fim, o namoro termina e ele prefere ficar com a viola que "não reclama e está sempre esperando por ele".

Então, a gente chega a conclusão que é bom estar atenta. Daqui a poucos meses o gatinho que não sabe usar o guardanapo ou o "chuchu" que só dorme se você fizer carinho até ele pegar no sono pode levá-la a desenvolver sociopatias sérias, assassinato em primeiro grau, afogamento ou, no pior dos casos, se apaixonar de vez.

2 comentários:

  1. Prima, esqueceu o exemplo do Piloto de Motocross.
    Ser a namorada do cara que está sempre em primeiro lugar é o máximo (no comeco), viajar para as corridas, dormir pelas corridas, comer carboidratos pleno sabado a noite pelas corridas, perder aproximadamente 78 sábados e 78 domingos para ver ele acelerando, nooooossa..Sair pra jantar e ele só falar em moto, tombo, corrida, moto, não ser capaz de socializar com os amigos dele porque você não sabe nem o que é um radiador. Quando chega no fim, voce não torce pra ele ganhar, torce pra moto pifar e você voltar logo pra casa! Beijos

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  2. Rachei o bico de tanto rir com o pau-de-puta

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