Há muito tempo atrás existia uma menina, ela tinha 12 anos e sua banda favorita se chamava BON JOVI. Naquele ano de 1995, o loiro vocalista e sua trupe do hard fizeram uma série de shows no Brasil e sua família não permitiu que ela viajasse sozinha para Curitiba assistir ao espetáculo. Então, a pobre e jovem menina assistiu a transmissão na Band, recortou todas as caprichos e revistas de música do mundo, viu todos os VHSs do planeta, chorou litros e prometeu que um dia veria um show da banda, o mais perto do palco possível.
Quinze anos do depois, a menina que foi sócia do fã clube, acumulou pastas e pastas de recortes, comprou CDs quando ninguém mais comprava CDs, teve a sua chance: BON JOVI anunciou um show no Brasil. Histeria, caos, desespero, noites viradas em busca de um ingresso, pronto! Pista Premium Gold Diamond Senior comprada e R$720,00 reais a menos na conta. Três meses depois, 4h30 da manhã a menina ia pro aeroporto em chamas. Esse é o relato da sua odisséia.
5h – 9h50
Sai de casa com uma neblina que não se via em Porto Alegre desde o inverno. Fiz o check-in com as simpáticas meninas de verde da webjet e me dirigi a fila quilométrica do raio-X. Com quase 3h de atraso, parti pra SP em um banco não reclinável, mas feliz.
11h – 18h
Após um motim no transfer, conseguimos convencer as pessoas que queriam fazer turismo a pegar um taxi. Comemos um sanduíche no centro, escovamos os dentes, calibramos o Rexona e fomos correndo pra fila, onde nossa amiga madrugadora nos esperava para a troca de postos e toda a muamba bonjovística nos aguardava de braços abertos ao consumismo fanático.
5h – 9h50
Sai de casa com uma neblina que não se via em Porto Alegre desde o inverno. Fiz o check-in com as simpáticas meninas de verde da webjet e me dirigi a fila quilométrica do raio-X. Com quase 3h de atraso, parti pra SP em um banco não reclinável, mas feliz.
11h – 18h
Após um motim no transfer, conseguimos convencer as pessoas que queriam fazer turismo a pegar um taxi. Comemos um sanduíche no centro, escovamos os dentes, calibramos o Rexona e fomos correndo pra fila, onde nossa amiga madrugadora nos esperava para a troca de postos e toda a muamba bonjovística nos aguardava de braços abertos ao consumismo fanático.
18h – 21h15
Existe uma coisa que eu ainda não consigo admitir, porque as pessoas que vão de pista megapremium sempre se fodem mais do que as outras? A entrada é mais tumultuada, o banheiro é mais longe, o cara da água cobra mais caro, o aperto é muito maior. Em 3h e pouco eu quase trinquei uma costela, paguei R$10 por dois copinhos de água, briguei com a guria que queria roubar o meu lugar pertinho da grade, brigaram comigo porque estava tentando chegar ainda mais perto da grade e, com o passar das horas, não conseguia mais me mexer. E isso é literal, não conseguia mexer os braços, fiquei igual a um tiranossauro rex até a abertura gloriosa começar.
21h15 – 0h
Começou o show. Richie e sua turma entraram no palco com “blood on blood”, uma música que eu escutei até arrebentar a fita k7 (sim, eu sou do tempo da fita k7). Chorei. A sensação de ver que aquele sonho estava se realizando, que finalmente eu era parte daquele coral que sempre me tirava o fôlego no DVD fez eu me emocionar profundamente. Depois disso foi um festival de sucessos, sorrisos, palmas, gente desmaiando, cotoveladas e tudo e mais um pouco do que eu esperava do Bon Jovi. O cara fala com o publico (sim, eu sei que é ensaiado, mas gostei igual), parecia visivelmente feliz com o galera que cantava TODAS as músicas ensurdecedoramente, fazia caras e bocas no melhor estilo “discípulo de Elvis” e me arrancou muitas outras lágrimas com canções que lembravam a minha adolescência de um jeito quase bizarro. FOI LINDO. Por fim, uma multidão cantando “Never Say Goodbay” arrancou um bis com “Bed Of Roses”, mais lágrimas, acabou a festa.
Começou o show. Richie e sua turma entraram no palco com “blood on blood”, uma música que eu escutei até arrebentar a fita k7 (sim, eu sou do tempo da fita k7). Chorei. A sensação de ver que aquele sonho estava se realizando, que finalmente eu era parte daquele coral que sempre me tirava o fôlego no DVD fez eu me emocionar profundamente. Depois disso foi um festival de sucessos, sorrisos, palmas, gente desmaiando, cotoveladas e tudo e mais um pouco do que eu esperava do Bon Jovi. O cara fala com o publico (sim, eu sei que é ensaiado, mas gostei igual), parecia visivelmente feliz com o galera que cantava TODAS as músicas ensurdecedoramente, fazia caras e bocas no melhor estilo “discípulo de Elvis” e me arrancou muitas outras lágrimas com canções que lembravam a minha adolescência de um jeito quase bizarro. FOI LINDO. Por fim, uma multidão cantando “Never Say Goodbay” arrancou um bis com “Bed Of Roses”, mais lágrimas, acabou a festa.
0h – 10h
Dormi duas horas antes de ir pro aeroporto e estou escrevendo esse posto completamente chapada de emoção, depois de comer uma coxinha. Acho que entrei naquele estado lisérgico e quase depressivo que atinge a gente depois de realizar uma coisa muito esperada, sem exageros. É um sentimento maravilhoso de missão cumprida e triste da dúvida se aquilo vai acontecer mais uma vez. Mas não importa, levo deste dia lembranças maravilhosas, um trauma a menos pra discutir na terapia, novos amigos e uma certeza: que “In the church of Rock´n´roll” (como diz o John) eu sou uma dessas fiéis que fariam o Caminho de Compostela 1000x por um bis e que erguem as mãos pro céu no refrão gritando para o seu pastor: I BE HERE FOR YOU.
Confira o Set:
"Blood On Blood"
"We Weren’t Born To Follow"
"You Give Love a Bad Name"
"Born To Be My Baby"
"Lost Highway"
"Superman Tonight"
"In These Arms"
"Captain Crash"
"When We Were Beautiful"
"Runaway"
"We Got It Going On"
"It’s My Life"
"Bad Medicine ~ Pretty Woman ~ Shout"
"Lay Your Hands On Me"
"Always"
"Blaze Of Glory"
"I’ll Be There For You"
"Have a Nice Day"
"I’ll Sleep When I’m Dead"
"Working For The Working Man"
"Who Says You Can’t Go Home?"
"Keep The Faith"
"These Days"
"Wanted Dead Or Alive"
"Someday I’ll Be Saturday Night"
"Livin’ On a Prayer"
"Bed Of Roses"
Dormi duas horas antes de ir pro aeroporto e estou escrevendo esse posto completamente chapada de emoção, depois de comer uma coxinha. Acho que entrei naquele estado lisérgico e quase depressivo que atinge a gente depois de realizar uma coisa muito esperada, sem exageros. É um sentimento maravilhoso de missão cumprida e triste da dúvida se aquilo vai acontecer mais uma vez. Mas não importa, levo deste dia lembranças maravilhosas, um trauma a menos pra discutir na terapia, novos amigos e uma certeza: que “In the church of Rock´n´roll” (como diz o John) eu sou uma dessas fiéis que fariam o Caminho de Compostela 1000x por um bis e que erguem as mãos pro céu no refrão gritando para o seu pastor: I BE HERE FOR YOU.
Confira o Set:
"Blood On Blood"
"We Weren’t Born To Follow"
"You Give Love a Bad Name"
"Born To Be My Baby"
"Lost Highway"
"Superman Tonight"
"In These Arms"
"Captain Crash"
"When We Were Beautiful"
"Runaway"
"We Got It Going On"
"It’s My Life"
"Bad Medicine ~ Pretty Woman ~ Shout"
"Lay Your Hands On Me"
"Always"
"Blaze Of Glory"
"I’ll Be There For You"
"Have a Nice Day"
"I’ll Sleep When I’m Dead"
"Working For The Working Man"
"Who Says You Can’t Go Home?"
"Keep The Faith"
"These Days"
"Wanted Dead Or Alive"
"Someday I’ll Be Saturday Night"
"Livin’ On a Prayer"
"Bed Of Roses"
BAHHHHHHHHH SÓ IMAGINO...
ResponderExcluirTU MERECIA ESSE SHOW MANO
Você escreve lindo, dá pra viajar junto, sem gastar $alário$
ResponderExcluirValeu Mari!
Mari, adorei seu post! Eu também tinha uma expectativa grande por esse show e dei a burrada de trocar Sampa pra ver na comodiade aqui do Rio e me dei mal, apesar de ter curtido o show, senti uma puta inveja de você e outros amigos que assistiram o show daí! Fico feliz mesmo de ter curtido o show com todas as loucuras de fã!
ResponderExcluirBeijão querida!