domingo, 5 de setembro de 2010

A NOITE NUNCA TEM FIM. QUE BOM QUE A GENTE É ASSIM.

Eu sempre fui uma pessoa “pilhada”, dessas que gostam e vão em qualquer coisa: eu já entrei no rio Guaíba até a cintura, já sequei o cabelo no “secador de mãos” do shopping, já fui em terreiro de macumba, dormi sozinha no motel e já tomei vinho da “tia ranhenta”. Graças a esse espírito que não liga muito para o ridículo, topei organizar um pub crawl em Porto Alegre durante o encontro regional do couchsurfing (sim, eu ofereço meu sofá para desconhecidos e durmo na casa de estranhos – minha mãe A-D-O-R-A).

Foram cinco bares, seis drinks, um apito, 60 pessoas (tenho síndrome de aniversario fracassado, então a quantidade é muito importante) e uma das melhores coisas que eu já fiz na vida. Já diziam os aborígenes australianos que o álcool é a essência da amizade; e eu sou uma humilde adepta deste ensinamento transcendental. Então, nos encontramos no primeiro bar: HOSTEL CASA AZUL. Para abrir os trabalhos: CERVEJA URUGUAIA, porque ao contrario dos gaúchos, o resto do Brasil não acha que o Uruguai fica no quintal de casa. Distribuição de engovs e todo mundo comportadinho e sóbrio.


Eu nunca imaginei que ser sindicalista fosse uma coisa difícil, mas tenho que dizer que nosso presidente passou trabalho. Ontem eu me senti a reencarnação do LULA (com todos os dedos) subindo em cadeiras, apitando e gritando com todo mundo para organizar o motim de pessoas de bar em bar. “vira à direita” – “vira à esquerda” – “sai do meio da rua” – “não, não pode levar o orelhão pra casa” e assim seguimos para o segundo bar: APOLINÁRIO. Sessenta viventes sentados, loucos pela bagunça, esperando o drink: CAIPIRINHA DE CACHAÇA ARTESANAL E MEL, simplesmente fantástico. Dados os 40 minutos, foto tirada na frente do estabelecimento, encarnei a aeromoça dando instruções de vôo e fomos para o próximo: MUFFULETTA.


Muffuletta é o nome de um sanduíche típico de New Orlens; e foi exatamente assim que ficamos: como um sanduíche dentro do bar que é pequeno. Uns por cima dos outros, tentando adivinhar o que é granadine, degustando o drink escarlate: MUFFULETTA HURRICANE e começando a se considerar muito.


De lá partimos para a TOCA DA CORUJA, degustar o CHOPP DE CORUJA. Uma cerveja feita na cidade e muito popular entre os “Porto Alegre people”. Como não poderia faltar, escorreguei na escada molhada e ganhei de brinde um roxo na perna. O momento foi tão memorável que já tenho até certo carinho pelo circulo verde e azul perto do meu joelho.




A horda de vikings saiu cantando pelas ruas da cidade baixa para o PREFÁCIO, que apesar do nome, foi nosso quarto bar e entornou, porque essa hora ninguém degustava mais nada, uma CAIPIRINHA DE BERGAMOTA. Neste bar, descobrimos que a tal fruta tem mais identidades que espião russo de cinema trash: bergamota, mexerica, mimosa, tangerina e outros.




Último bar: ENTREATO. Uma Mariana sem voz distribuía a CAIPIRINHA AFRODISÍACA, traduzida carinhosamente para os gringos como “sexy caipirinha” e lá rolou o drink surpresa: TEQUILA. Que é para apagar de vez a memória e dar coragem de cantar amigo punk no palco do lugar da festa: o DIVINA COMÉDIA.


Além de tudo isso, tínhamos chilenas, uruguaios, argentinos, americanos, indianos e brasileiros das mais diferentes origens. Tivemos música cantada e aplaudida, discurso, composições do oasis berradas no estilo hooligan e uma vizinha me olhando sair do táxi de manhã e pensando “ahh essa juventude perdida”. Enfim, foi uma louca e etílica noite que de tão memorável foi totalmente esquecida entre drinks misturados, cantorias, beijos e declarações de amor eterno. Final, já diziam os orientais: bêbado sempre se ama. SEMPRE. E é por isso que distribuímos papéis ensinando as pessoas a dizer “eu te amo” em muitas línguas. Porque nada é melhor do que fazer amigos e esquecer juntos os momentos que a gente vai lembrar por toda a vida.

5 comentários:

  1. Ainda parodiando. "canibais de nós mesmos, antes que a noite nos beba..." Há muito tempo eu não me divertia tanto com tantas pessoas desconhecidas como se fossem amigos de infância. E a medida que a noite avançava e invadia a madrugada, mais amigos as pessoas iam ficando. Ainda estou sob o efeito da granadine do Mufuletta Hurricane mas ja estou pensando em quando será o proximo. Ah. Acabei falando todos os idiomas com todo mundo, assim,magicamente. Belo texto, Mari. Absoluto.

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  2. Oie Mari, pelo que li aqui o evento foi um sucesso. Pela sua ansiedade que tava vendo nesses dias a missão foi cumprida com sucesso. Aproveite a ressaca e que vc organize mais eventos bem sucedidos! Bjos!

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  3. Ahhh que legal. Pena que eu não pude ir né Mari. Eu queria mto mas tu fez o favor de não atender as minhas 60 ligações.

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  4. Mari!
    Sucesso? Muito mais que isso! Nessa maratona etílica fiz muitos novos amigos, conheci muitos lugares, bebi muitos coquetéis deliciosos e até amei de verdade.rs
    Com certeza foi um evento inesquecível, mesmo depois de beber tanto.
    Obrigado pela dedicação, boa vontade, amizade e carinho.
    Com toda certeza fica a saudade e o gostinho de quero mais.
    Quero ser sempre recebido assim em Porto Alegre.rs (fiquei mal acostunado)
    Um brinde às pessoa que fizeram tudo isso possível e que brindemos muitas vezes mais juntos.
    E um especial a super anfitriã de festas que conheci e com toda certeza posso dizer que é uma amiga de todas as horas.
    Bjos com carinho e keep couchsurfing
    Panda

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  5. curti eim!!! acabou me dando mais vontade de voltar pro brasil...
    esse tipo de indiada me faz lembrar muitas coisas boas e o teu o texto ta excelente eim! cada sacada boa que tu da, puxa umas coisas lah do fundo do bau que eu fico abismado!

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