domingo, 20 de fevereiro de 2011

Só as mães são felizes


Um dia a gente acorda e percebe que não é mais criança, também não é mais adolescente e acompanhado de uma musica clichê no fundo: descobre que virou adulto. O sentimento é estranho, não é a surpresa de ter ficado “mocinha”, não é o medo da primeira vez, é uma coisa do tipo: ninguém mais vai perguntar o que você vai ser quando crescer, você já cresceu. Acho que se a gente soubesse como é complexa essa vida da maioridade teria mais paciência, teria dado mais valor as férias que vinham DUAS vezes por ano, aos meses passados na praia, os feriadões prolongados (mesmo quando caiam em uma quarta-feira), a casa da vó.

De forma alguma este é um post tristonho, eu estou gostando de ser do time das mulheres e de poder sentar na mesa dos adultos, é que um tempo atrás isso parecia tão longe. Eram os mais velhos que compravam carros, apartamentos, casavam, tinham filhos ou iam para Europa. Pra gente, isso era um daqueles planos em longo prazo que sabíamos que um dia chegaria. Uma certeza como a de que o Titanic ia afundar já na fila do cinema, então não precisávamos pensar nisso.

Você se formou, não é mais estagiário, começou a ter que fazer escolhas profissionais de verdade, não pode mais tirar férias quando tem vontade. Alias as férias viraram um acontecimento fantástico, até entendo porque meu pai levava dias para começar a achar que estava tudo bem durante aqueles 15 dias no ano em que o relógio ficava abandonado em casa. O salário sempre poderia ser maior, mas você já começa a pensar em ter uma poupança, quem sabe dar a entrada em um apartamento? Será que eu quero mesmo continuar nessa cidade? Ter filhos com esse namorado? Será que eu devo congelar meus óvulos? Será que esse namorado vai fazer eu jogar o buquê? Será que se eu usar uma saia de caveirinhas vão me respeitar naquela reunião? Preciso de mais espaço para os meus sapatos? Serio que eu tenho que pagar imposto de renda?

Responsabilidades, acho que no fim a gente se acostuma com elas. Um ano novo está começando, um monte de coisa legal vai acontecer, já escrevi as metas de 2011 no meu moleskine novinho. Acho que a Natalie Portmann vai ganhar melhor atriz hoje, meus amigos conseguiram o financiamento da caixa para comprar um ap, uma das minhas amigas parou de tomar pílula. Estava com saudade de escrever por aqui, precisou que ele aparecesse para eu voltar a ativa: meu primeiro fio de cabelo branco.






2 comentários:

  1. Faz algum tempo que passei por isso. A obrigação de ser responsável assim, de uma hora pra outra. Mas com o tempo vem a fase que a gente pode voltar a ser irresponsável sem ter que se preocupar com as consequencias... quando tudo ou quase tudo já está encaminhado. E chegamos a conclusão que valeu tudo muito a pena.
    E pra ti só posso dizer. QUANDO EU CRESCER QUERO SER IGUAL A TI... (Mas ainda com o pinto).

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  2. Minha maninha gaudéria, pois é... É assim, e amo como vc escreve, enfim, amo vc...rs
    Saudades dessa dupla dinâmica: Fernando e Mari, espero vcs logo por aqui.

    bjos do Panda

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